sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O armário que todo boêmio deseja.



Só para rir um pouco.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sin City


Não tive saco de incorporar a legenda no vídeo. Então aí vai a tradução do diálogo.


Ela tremula ao vento como a última folha de uma árvore moribunda. Eu a deixo ouvir meus passos. Ela fica tensa só por um momento.

Quer um cigarro?

Tudo bem. Aceito um.

Você está tão entediado com essa multidão quanto eu?

Não vim aqui por causa da festa. Vim aqui por sua causa. Estou de olho em você há dias.

Você é tudo que um homem poderia querer. Não é apenas seu rosto, suas formas, ou sua voz... São seus olhos. Tudo que vejo nos seus olhos.

O que vê nos meus olhos?

Eu vejo uma quietude louca. Você está cansada de fugir. Está pronta para enfrentar o que tiver que enfrentar. E não quer enfrentar sozinha.

Não. Não quero enfrentar sozinha.

O vento eleva-se elétrico. Ela é macia, quente e quase sem peso. Seu perfume, uma promessa doce que me leva as lágrimas. Eu digo que tudo vai dar certo. Que a salvarei do que quer que a está assustando e a levarei para bem longe. Digo a ela... que a amo.

O silenciador transforma o tiro em um sussurro. Eu a abraço bem apertado até seu último suspiro. Nunca saberei do que ela estava fugindo.

Vou descontar o cheque dela de manhã.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Bianco.


Apagou tudo. Cortou cada rosto. Jogou todos os livros. Comprou novos móveis. Assim que ela começou seu dia, assim é que ela colocou seus primeiros pés direitos no ano. Uma novidade limpa, um limpo branco, um esquecimento induzido, um coma acordado, um corte podado, um acidente meticuloso. Cada cantinho do seu quarto de paredes de massa corrida, escondidas por debaixo da tinta branca, estava limpa, alguns furos aleatórios estampavam o vazio que o vertical carregava com peso. Uma cadeira azul de madeira usada encostava no canto direito da sala, logo ao lado da janela aberta, sem cortinas. Ela olhava panoramicamente seu kitnete para ter certeza de que seria um começo, já que o recomeço ainda tardaria de vir, principalmente porque nem havia começado pela primeira vez para ter um recomeço. Afinal, não seria um recomeço já que ela nunca começou de verdade, nem optara começar a vida. Resolveu então jogar tudo fora, começar em pratos limpos, literalmente também, para ser um começo por opção. O fato de não poder renascer ela superaria, já que é meio difícil voltar no tempo, diria impossível com as tecnologias tão ultrapassadas de hoje, se comparada com a dos extraterrestres, é claro.
Havia anos que ela planejava isso, havia meses que vinha juntando dinheiro pra comprar tudo novo, mesmo que fosse usado. Deu de ombros aos conhecidos, sabia que no fundo eles a invejavam, quem não gostaria de ter a coragem? Então doou seu gato Tobias, vendeu seu opala bege, trocou suas roupas em brechós, mudou de cidade, circulou alguns empregos do classificado, e recomeçou. Bem, começou.

Hoje choveu.


Hoje choveu. O que não é muito comum na cidade onde moro. O clima fechado, tempo escuro. Aquela cena que pairava na janela de meu quarto me jogou em um passado distante, porém ainda próximo. Tentei me lembrar quando foi a última vez que tinha tomado um banho de chuva. Instantaneamente, me recordei. Foi numa despedida. Uma de tantas. Numa esquina. À noite. A quatro quarteirões de minha casa. Com a lembrança visual veio o cheiro da chuva e a sensação das pequenas cotas de água caindo em meu rosto. Tão delicadas e esparsas. Como se quisessem lavar a lembrança de minha mente. Me arrumei para o trabalho, numa tentativa de me jogar de volta a realidade. Sai de casa. E enquanto andava outros quatro quarteirões, aquela sensação retornava, mas dessa vez mais concreta, tangível. Recordei do que foi dito, alguns minutos antes, naquela noite, a quatro quarteirões de minha casa. Recordei que tirei a blusa naquela noite. Lembrei que parei numa esquina, enquanto a via entrar em casa. Lembrei que chorei, e que a chuva lavou meu rosto. E lembrei também, que apesar de tudo.... Não olhei para trás....

Sobre o sábado

Casualidades a parte, é interessante notar a embriaguês popular. Não a do álcool, mas a da alma. Aquela embriaguês boa. Daquelas que a ressaca é um sorriso estampado na cara no dia seguinte, por conta da farra anterior. Aquele sentimento gostoso de “dever” cumprido, blusa suada, boca salivada, desejando a próxima farra. E enquanto a próxima não chega, fica aquela nostalgia boa do dia anterior. Oh segunda! Porque tu vinheste e nos tirou o sábado glorioso? Porque foste tão apressado em chegar? Porque não deixou o samba, Sam-balançar só mais um pouco? O suor descer o corpo sedento por mais, mais e mais... Pois já que é assim que venha a terça, a quarta, a quinta, a sexta e finalmente o sábado... Só pra começar tudo de novo!!!

Dead Poets Society

Vincent - Tim Burton

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Noites mal dormidas….


Noites mal dormidas….

A vista já turva, tenta fintar algo semelhante. Algo que deveria estar lá.E aparentemente não está mais. Procura….

Passa de relance pelo televisor sem sintonia….
A luz cálida, que sopra da lâmpada meio torta da cômoda aquece a face.

Se volta para o copo de vinho ao lado.Semi cheio. Ou semi vazio. Se apega aquela imagem por um instante….

Prossegue. Se depara com a fumaça que surge do charuto já acesso algum tempo. Finta a cinza. Faz foco….

A mente meio confusa, recebendo aquela imagem que é tão comum, tão companheira de tantas outras noites mal dormidas…..

Mas dessa vez,tão fria, tão distante. Que parece zombar. Grotesca. Impune. Maldita. A sensação de calafrio que sobe o dorso, entorpece o corpo, e trás a recordação daquilo que procurava….

A si mesmo.