sábado, 28 de março de 2009

Carpe Diem.


Sinestesia talvez dominada, e é fato que todo mundo é de graça. A troca de anéis, o afago no cabelo, a ligação de feliz aniversario. O que gira ao seu redor são os gratuitamente amigos e amores. E a cada distancia percorrida alguns perdem algumas graças. Enxergue o palmo a sua frente, carregue o dom de ler o olhar no olho que a alma exala. Contraditorio porém, se entregar ao passo que bate pé no chão pra dizer que não vai. Mas também qual santo ser não é?
E foi com medo de dizer bom dia que a moça desceu do ônibus. Olhou para um lado, e olhou para o outro, pra se certificar, cautelosa, como sempre fora a partir de ontem. Vivia ludibriada com o dia pós dia. Mas como qualquer santo ser partiu o coração muitas vezes, talvez vezes demais.
Não usara salto alto desde então, nem mais um trago do cigarro, e tapava a boca e o nariz com as mãos para não inalar a fumaça da velocidade dos carros na cidade que pretendia em breve se mudar.
O guarda-chuva de prontidão na mão, mesmo sendo dia de calor e sol, a cautela que lhe dominara sem pudores. Os óculos que exageradamente cobriam boa parte do rosto por baixo do chapéu de grandes abas pra certificar que raio algum a partiria. A bolsa não pesava quase nada, pra que não acarretasse desvio na coluna que outrora sofrera com noites afora e transas inescrupulosas.
Bem analisando, ela nem precisaria mais dizer bom dia para as pessoas que conhecia, ninguém a reconheceria. Trocada do dia para a noite. Talvez pelo coração partido várias vezes, talvez vezes demais.

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