domingo, 23 de agosto de 2009

Seres interiores

Quão importantes são nossos afetos? Será que tal indagação se faz oportuna em algum momento menos egoísta? Ou será que esta questão nos bate na cara somente em momentos totalmente indulgentes? E tal indulgência se faz firme e justa ou mesquinha e egoísta? E quanto nossos desafetos? Os vemos como seres imperfeitos como nós mesmos, tão suscetíveis a erros tolos como nós. Ou como demônios dantianos, totalmente sem escrúpulos e merecedores de toda a ira divina e social que se possa manifestar?

E nossos amores? Esses que se parecem mais com seres divinos e/ou angelicais do que propriamente o que são. Seres oriundos do âmago de nossos desejos mais íntimos, de nossas esperanças mais majestosas. Esses sim são pessoas capazes de mudar totalmente o mundo ao nosso redor simplesmente com um sorriso doce. São perfeitos, inquestionáveis, belos, e algumas vezes intocáveis. Ou não?

Como uma chuva pode ser tão doce do lado de um amor, e ao mesmo tempo tão urticante quando esse amor não se faz presente? Como a velha cadeira da sala, que sempre esteve ali, de uma hora para outra passar a ser tão desconfortável? Como uma voz tão diária, de uma hora para outra causa um impacto tão soberbo que transformaria qualquer fenômeno natural em uma simples brisa?

Por que sentimos afeto? Por que sentimos ódio? Por que amamos? Se simplesmente somos medíocres demais para retribuir o afeto, simplórios demais para esquecer o ódio e perdoar, e acima de tudo tão pequenos e baixos que queremos o amor de todos, mais somos totalmente desprovidos da capacidade de nos deixarmos amar e sermos amados.

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